Amor concreto
- Wanderlei Francisco
- 1 de mai. de 2015
- 1 min de leitura
AMOR CONCRETO (uma fábula minimalista)
Rouca, engoliu-lhe a língua louca.
– Só mais uma como aquelas – rosnou, como a propor asas de estilo à despedida; enquanto as mãos já invadiam-lhe a cueca, apertando-lhe o pênis, os testículos..., dois dedos lendo-lhe o ânus. . . .
Alcançada a plena satisfação física, as últimas satisfações emocionais.
Depois de anos,
em fim,
concluíam:
Nossa história de amor se edificou sobre o sexo.
Muito, muito cimento – virou puro concreto. Amor mesmo, aquela coisa abstrata que une dois corações,
jamais houve o suficiente para evitar-se a implosão.
Não se veriam nunca mais.

Comments