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ODE AO GIZ


ODE AO GIZ

wanderlei francisco

Preparo uma poção

De palavras sem pressão

Pra pinçar a luz!

Nos corredores escuros

Traços de ofuscar

E no fluxo contrário

Versos mais velozes – claros...

(deste sonho)

Sinalizam sons

Na retina do meu canto

Me prometendo cor

Aos olhos dos meus ouvidos

Cada praça um mar de ondas

De magnetismo míope

Soberbos neons

Tantos destinos e Dantes

Dantes olhos de presbitas

A pregar além

Surdos diabos e corpos

A se enlaçarem sem coito

Quase sem gozar

É gozado como os sonhos

Capazes de quase tudo

Podem quase nada

Vou parar para um café

Descansar as pás dos passos

Pelos vãos dos círculos

Há tanto sangue e mau hálito

Nos meus corações

E o dito café Pelé

Já foi meu melhor fetiche

Disse-me Braz Cubas

(odes tolas!)

O sol da praça da Sé

Quer dizer-me alguma coisa

Como se disputa

As mulheres e os homens

E os homens e as mulheres

Moças machas moços

Ao sabor satiricom

Sua sátira saturada

No Petrônio's Bar...

Alcanço a concentração

Sem sonho sem solidão

(penso no papel!)

No papel destas palavras

E das impressoras travas

No fundo da lan

Casa das mil impressões

A poção que estou bebendo

No veneno da canção...

Sutilezas do salão

Já me trazem outra porção

– tentam me acordar!

Muito mais colesterol

Coração não se contém

No mar sou parodia pura

No mar sou parodia pura

No mar...!

06.05.15


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